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A Leste do Sol e Oeste da Lua: Velhos Contos do Norte

por Peter Christen Asbjørnsen

O Urso Branco e a Princesa Desaparecida

Era uma vez um lavrador muito pobre, que tinha tantos filhos que mal conseguia dar-lhes comida ou roupa. Todos os seus filhos eram bonitos, mas a mais encantadora e de beleza inesgotável era a filha mais nova.

Numa tarde de quinta-feira de outono, o tempo lá fora estava selvagem e rude. A escuridão era aterradora, a chuva caía e o vento uivava, fazendo tremer as paredes da humilde cabana. Estavam todos sentados à volta da lareira, ocupados com as suas tarefas. De repente, algo bateu três vezes no vidro da janela. O pai, curioso, saiu para ver o que se passava. Para sua surpresa, encontrou um grande Urso Branco à sua espera.

— Boa noite! — saudou o Urso Branco.

— Igualmente! — respondeu o homem.

— Queres dar-me a tua filha mais nova? Se o fizeres, tornar-te-ei tão rico quanto és pobre agora — disse o Urso.

O homem, seduzido pela promessa de riqueza, não hesitou em falar com a filha. Contou-lhe que um grande Urso Branco esperava lá fora, com a oferta de os cobrir de ouro em troca da sua filha mais nova.

A jovem recusou de imediato, decidida a não ceder. O pai regressou ao Urso e marcou um encontro para a quinta-feira seguinte, a fim de lhe dar uma resposta.

Entretanto, o pai convenceu a filha, descrevendo-lhe as riquezas que obteriam e como ela seria bem tratada. Finalmente, a jovem mudou de ideias. Limpou e remendou os seus trapos, apresentando-se o mais digna que pôde, pronta para partir. Não lhe custou muito a preparar-se.

Na noite de quinta-feira seguinte, o Urso Branco veio buscá-la. Com a sua trouxa debaixo do braço, ela subiu às suas costas e partiram. Pouco depois, o Urso perguntou:

— Tens medo?

— Não — respondeu ela.

— Então, agarra-te bem ao meu pelo fofo, e não terás nada a temer — disse o Urso.

Viajaram muito, até chegarem a uma grande e íngreme colina. Na sua encosta, o Urso Branco deu uma pancada, uma porta abriu-se, e entraram num castelo de muitas salas iluminadas, resplandecentes de prata e ouro. Uma mesa estava posta, com tudo o que se podia desejar. O Urso Branco entregou-lhe um sino de prata; bastava tocá-lo para que tudo o que desejasse lhe fosse concedido.

Depois de comer e beber, a noite avançou e a jovem sentiu sono. Tocou o sino para ir para a cama. Assim que o fez, apareceu uma câmara com uma cama magnífica, tão branca e convidativa como qualquer pessoa desejaria. Almofadas e cortinas de seda adornavam-na, com franjas de ouro. Tudo na sala era de ouro ou prata. No entanto, quando se deitou e apagou a luz, um homem veio deitar-se ao seu lado. Era o Urso Branco, que largava a sua forma de fera à noite. Ela nunca o viu, pois ele chegava sempre depois de apagar a luz e partia antes do amanhecer. As coisas correram bem por algum tempo, mas a jovem começou a sentir-se triste e solitária. Passava os dias sozinha e ansiava por voltar para casa, para ver os pais e irmãos. Um dia, ao perguntar o Urso Branco o que a afligia, ela confessou a monotonia e a solidão do lugar, a sua saudade de casa e a tristeza por não poder visitar os seus.

— Bem, bem! — disse o Urso. — Talvez haja cura para isso. Mas deves prometer-me uma coisa: não fales sozinha com a tua mãe, mas apenas quando outros estiverem presentes para ouvir. Ela tentará levar-te para um quarto a sós para conversar, mas deves ter cuidado e não o fazer, pois trarás má sorte a ambas.

Assim, num domingo, o Urso Branco veio dizer que podiam partir para visitar os pais. Ela subiu às suas costas e viajaram muito. Finalmente, chegaram a uma casa grandiosa, onde os seus irmãos brincavam ao ar livre, uma alegria de se ver.

— É aqui que os teus pais vivem agora — disse o Urso Branco. — Mas não te esqueças do que te disse, senão tornar-nos-ás infelizes a ambos.

— Não! Graças a Deus, não me esquecerei — respondeu ela. O Urso Branco deu meia volta e deixou-a ao chegar à casa.

Ao entrar para ver os pais, a alegria foi imensa. Ninguém conseguia agradecer-lhe o suficiente por tudo o que tinha feito por eles. Agora, tinham tudo o que desejavam, e todos queriam saber como ela se saía onde vivia.

Ela disse que era muito feliz, que tinha tudo o que desejava. Não se sabe ao certo o que mais disse, mas duvida-se que tenham compreendido a sua situação. No entanto, à tarde, depois do almoço, aconteceu como o Urso Branco previra. A mãe quis conversar a sós com ela no seu quarto, mas a jovem lembrou-se das palavras do Urso e recusou-se a subir.

— Oh! O que temos para falar pode esperar! — disse ela, adiando a mãe. No entanto, de alguma forma, a mãe convenceu-a, e ela sentiu-se obrigada a contar toda a história. Relatou que todas as noites, ao deitar-se, um homem se deitava ao seu lado assim que apagava a luz; que nunca o via, pois ele partia antes do amanhecer; e que se sentia aflita e triste, desejando vê-lo, e que passava os dias sozinha, num ambiente monótono, sombrio e solitário.

— Meu Deus! — exclamou a mãe. — Bem pode ser um Troll com quem dormiste! Mas agora vou ensinar-te uma lição para o veres. Vou dar-te um pedaço de vela, que podes levar no peito. Acende-a enquanto ele dorme, mas tem cuidado para não deixares cair cera sobre ele.

A jovem pegou na vela e escondeu-a no peito. Quando a noite chegou, o Urso Branco veio buscá-la. Pouco depois, perguntou o Urso:

— Tudo correu como eu disse?

— Não pude dizer que não — respondeu ela.

— Lembra-te agora — disse ele. — Se ouviste o conselho da tua mãe, trouxeste má sorte a ambos, e tudo o que passou entre nós será em vão.

— Não — disse ela. — Não ouvi o conselho da minha mãe.

Ao chegar a casa, e ao deitar-se, tudo se repetiu. Um homem deitou-se ao seu lado. A meio da noite, quando o ouviu a dormir, ela levantou-se, acendeu a vela e deixou que a luz brilhasse sobre ele. Assim, viu que ele era o mais belo Príncipe que alguma vez vira, e apaixonou-se perdidamente, sentindo que não poderia viver sem lhe dar um beijo ali mesmo. Assim o fez, mas ao beijá-lo, deixou cair três gotas de cera quente na sua camisa, e ele acordou.

— O que fizeste? — gritou ele. — Agora tornaste-nos a ambos infelizes, pois se tivesses esperado apenas mais este ano, eu estaria livre. A minha madrasta enfeitiçou-me para ser um Urso Branco de dia e um Homem à noite. Mas agora todos os laços entre nós estão cortados; tenho de partir para junto dela. Ela vive num castelo a Leste do Sol e a Oeste da Lua, e lá há uma princesa com um nariz de três côvados de comprimento, que é a esposa que devo ter agora.

Ela chorou e sentiu-se aflita, mas não havia remédio; ele tinha de ir.

— Posso ir contigo? — perguntou ela.

— Não, não podes.

— Diz-me o caminho, então — implorou ela. — Eu procurá-lo-ei; certamente que terei permissão para fazer isso.

— Sim — disse ele. — Podes fazer isso, mas não há caminho para esse lugar. Fica a Leste do Sol e a Oeste da Lua, e para lá nunca encontrarás o caminho.

Na manhã seguinte, quando acordou, tanto o Príncipe como o castelo tinham desaparecido. Encontrava-se num pequeno pedaço de relva, no meio de uma floresta sombria, e ao seu lado jazia a mesma trouxa de trapos que trouxera de casa.

Ao secar as lágrimas e chorar até se cansar, pôs-se a caminho. Andou muitos dias, até chegar a um penhasco altíssimo. Debaixo dele, sentada, uma velha bruxa brincava com uma maçã de ouro que atirava. Ali, a jovem perguntou se ela sabia o caminho para o Príncipe, que vivia com a sua madrasta no castelo a Leste do Sol e a Oeste da Lua, e que se ia casar com a princesa de nariz comprido.

— Como soubeste dele? — perguntou a velha bruxa. — Mas talvez sejas tu a moça que o devia ter tido?

— Sim, sou.

— Então, então; és tu, é? — disse a velha bruxa. — Bem, tudo o que sei é que ele vive no castelo a Leste do Sol e a Oeste da Lua, e para lá irás, tarde ou nunca. Mas ainda assim, podes pedir emprestado o meu cavalo e cavalgar até à minha próxima vizinha. Talvez ela te consiga dizer; e quando lá chegares, basta dar um toque ao cavalo debaixo da orelha esquerda e pedir-lhe que volte para casa. E, espera, leva esta maçã de ouro contigo.

Assim, ela montou o cavalo e cavalgou muito, muito tempo, até chegar a outro penhasco, debaixo do qual sentava outra velha bruxa, com um pente de ouro. Ali, a jovem perguntou se ela sabia o caminho para o castelo a Leste do Sol e a Oeste da Lua. A resposta foi a mesma da primeira bruxa: não sabia nada sobre isso, exceto que ficava a leste do sol e a oeste da lua.

— E para lá irás, tarde ou nunca, mas terás o empréstimo do meu cavalo até à minha próxima vizinha. Talvez ela te conte tudo sobre isso; e quando lá chegares, basta dar um toque ao cavalo debaixo da orelha esquerda e pedir-lhe que volte para casa.

E esta velha bruxa deu-lhe o pente dourado. "Talvez encontres algum uso para ele", disse a bruxa. Assim, a jovem montou o cavalo e cavalgou muito, muito tempo, de forma cansativa. Finalmente, chegou a outro grande penhasco, debaixo do qual sentava outra velha bruxa, a fiar com uma roca de ouro. A esta, também, perguntou se sabia o caminho para o Príncipe e onde ficava o castelo a Leste do Sol e a Oeste da Lua. A resposta foi a mesma de novo.

— Talvez sejas tu quem devia ter tido o Príncipe? — disse a velha bruxa.

— Sim, sou.

Mas ela, também, não sabia o caminho um pouco melhor que as outras duas.

— A Leste do sol e a oeste da lua era, ela sabia – era tudo.

— E para lá irás, tarde ou nunca; mas emprestar-te-ei o meu cavalo, e então acho que seria melhor cavalgá-lo até ao Vento Leste e perguntar-lhe; talvez ele conheça essas partes e possa soprar-te para lá. Mas quando lá chegares, só precisas de dar um toque no cavalo debaixo da orelha esquerda, e ele irá trotar para casa por si só.

E assim, também, ela deu-lhe a roca de ouro. "Talvez encontres algum uso para ela", disse a velha bruxa.

Então ela cavalgou muitos, muitos dias, um tempo cansativo, antes de chegar à casa do Vento Leste, mas finalmente chegou lá, e então perguntou ao Vento Leste se ele podia dizer-lhe o caminho para o Príncipe que morava a leste do sol e a oeste da lua. Sim, o Vento Leste já tinha ouvido falar disso, o Príncipe e o castelo, mas ele não sabia o caminho, pois nunca tinha soprado tão longe.

— Mas, se quiseres, irei contigo ao meu irmão, o Vento Oeste, talvez ele saiba, pois ele é muito mais forte. Assim, se quiseres subir às minhas costas, eu levo-te até lá.

Sim, ela subiu às suas costas, e acha que foram rapidamente.

Assim, quando chegaram lá, entraram na casa do Vento Oeste, e o Vento Leste disse que a moça que ele trouxera era aquela que devia ter tido o Príncipe que vivia no castelo a Leste do Sol e a Oeste da Lua; e assim ela partiu para o procurar, e como ele viera com ela, e ficaria feliz em saber se o Vento Oeste sabia como chegar ao castelo.

— Não — disse o Vento Oeste. — Tão longe eu nunca soprei; mas se quiseres, irei contigo ao nosso irmão, o Vento Sul, pois ele é muito mais forte do que qualquer um de nós, e bateu as suas asas para todo o lado. Talvez ele te diga. Podes subir às minhas costas, e eu levo-te até ele.

Sim! Ela subiu às suas costas, e assim viajaram até ao Vento Sul, e não demoraram muito no caminho, acha ela.

Quando chegaram lá, o Vento Oeste perguntou-lhe se ele podia dizer-lhe o caminho para o castelo que ficava a Leste do Sol e a Oeste da Lua, pois era ela que devia ter tido o Príncipe que vivia lá.

— Não digas isso! É ela, é? — disse o Vento Sul.

— Bem, eu já soprei em quase todos os lugares no meu tempo, mas tão longe eu nunca soprei; mas se quiseres, levo-te ao meu irmão, o Vento Norte; ele é o mais velho e o mais forte de todos nós, e se ele não souber onde fica, nunca encontrarás ninguém no mundo que te diga. Podes subir às minhas costas, e eu levo-te até lá.

Sim! Ela subiu às suas costas, e lá foi ele da sua casa a um bom ritmo. E desta vez, também, ela não demorou muito no caminho.

Assim, quando chegaram à casa do Vento Norte, ele estava muito selvagem e zangado, rajadas frias vinham dele de muito longe.

— BLAST VOS AMBOS, O QUE QUEREM? — rugiu ele para eles de muito longe, de modo que os atingiu com um arrepio gelado.

— Bem — disse o Vento Sul. — Não precisas de ser tão mal-educado, pois aqui estou eu, o teu irmão, o Vento Sul, e aqui está a moça que devia ter tido o Príncipe que vive no castelo que fica a Leste do Sol e a Oeste da Lua, e agora ela quer perguntar-te se alguma vez lá estiveste, e podes dizer-lhe o caminho, pois ela ficaria muito feliz em encontrá-lo novamente.

— SIM, EU SEI BEM ONDE É — disse o Vento Norte. — Uma vez na minha vida soprei uma folha de álamo para lá, mas estava tão cansado que não conseguia soprar uma lufada por muitos dias depois. Mas se realmente queres ir para lá, e não tens medo de vir comigo, eu levo-te às minhas costas e vejo se consigo soprar-te para lá.

Sim! Com todo o seu coração; ela tinha de e queria chegar lá, se fosse possível de alguma forma; e quanto ao medo, por mais loucamente que ele fosse, ela não teria medo nenhum.

— Muito bem, então — disse o Vento Norte. — Mas deves dormir aqui hoje à noite, pois teremos todo o dia pela frente, se é que vamos chegar lá.

Na manhã seguinte cedo, o Vento Norte acordou-a, e inflou-se, e soprou-se, e fez-se tão robusto e grande, era assustador vê-lo; e assim partiram alto pelo ar, como se nunca parassem até chegarem ao fim do mundo.

Cá em baixo, havia tal tempestade; derrubou longos trechos de floresta e muitas casas, e quando varreu o grande mar, navios afundaram-se por centenas.

Assim, eles avançaram e avançaram – ninguém pode acreditar em quão longe foram – e o tempo todo continuaram a ir sobre o mar, e o Vento Norte ficava cada vez mais cansado, e tão ofegante que mal conseguia soltar uma lufada, e as suas asas caíam e caíam, até que finalmente desceu tão baixo que as cristas das ondas lhe bateram nos calcanhares.

— Tens medo? — disse o Vento Norte.

— Não! — respondeu ela, sem medo.

Mas eles não estavam muito longe da terra; e o Vento Norte ainda tinha tanta força que conseguiu atirá-la para a margem, sob as janelas do castelo que ficava a Leste do Sol e a Oeste da Lua; mas então ele estava tão fraco e exausto, que teve de ficar ali a descansar muitos dias antes de poder voltar para casa.

Na manhã seguinte, a moça sentou-se debaixo da janela do castelo e começou a brincar com a maçã de ouro; e a primeira pessoa que viu foi a Nariz-Comprido que se ia casar com o Príncipe.

— Quanto queres pela tua maçã de ouro, moça? — disse a Nariz-Comprido, e atirou a janela.

— Não está à venda, nem por ouro nem por dinheiro — disse a moça.

— Se não está à venda nem por ouro nem por dinheiro, por quanto a vendes? Podes dizer o teu preço — disse a Princesa.

— Bem! Se puder chegar ao Príncipe, que vive aqui, e ficar com ele esta noite, terás — disse a moça que o Vento Norte trouxera.

Sim! Ela podia; isso podia ser feito. Assim, a Princesa conseguiu a maçã de ouro; mas quando a moça subiu ao quarto do Príncipe à noite, ele estava a dormir profundamente; ela chamou-o e abanou-o, e entre vezes chorou amargamente; mas tudo o que ela pôde fazer, ela não conseguiu acordá-lo. Na manhã seguinte, assim que o dia rompeu, veio a Princesa do nariz comprido, e expulsou-a novamente.

Assim, durante o dia, ela sentou-se debaixo das janelas do castelo e começou a pentear com o seu pente; e aconteceu a mesma coisa. A Princesa perguntou o que ela queria por ele; e ela disse que não estava à venda nem por ouro nem por dinheiro, mas se pudesse ter permissão para ir ter com o Príncipe e ficar com ele naquela noite, a Princesa tê-lo-ia.

Mas quando ela subiu, encontrou-o novamente a dormir profundamente, e tudo o que ela chamou, e tudo o que abanou, chorou, e implorou, ela não conseguiu dar-lhe vida; e assim que a primeira luz pálida do dia chegou, então veio a Princesa do nariz comprido, e perseguiu-a novamente.

Assim, durante o dia, a moça sentou-se lá fora, debaixo da janela do castelo, e começou a fiar com a sua roca de ouro, e isso também, a Princesa do nariz comprido quis ter. Assim, ela atirou a janela e perguntou o que ela queria por isso. A moça disse, como tinha dito duas vezes antes, que não estava à venda nem por ouro nem por dinheiro; mas se ela pudesse ir ter com o Príncipe que estava lá, e ficar com ele sozinha naquela noite, ela podia tê-lo.

Sim! Ela podia fazer isso e bem-vinda. Mas agora deves saber que havia algumas pessoas cristãs que tinham sido levadas para lá, e como estavam no seu quarto, que ficava ao lado do Príncipe, tinham ouvido como uma mulher tinha estado lá dentro, e chorava e rezava, e chamava por ele duas noites seguidas, e contaram isso ao Príncipe.

Naquela noite, quando a Princesa veio com a sua bebida sonífera, o Príncipe fingiu beber, mas atirou-a por cima do ombro, pois podia adivinhar que era uma bebida sonífera. Assim, quando a moça entrou, encontrou o Príncipe bem acordado; e então ela contou-lhe toda a história de como tinha chegado lá.

— Ah — disse o Príncipe. — Chegaste mesmo a tempo, pois amanhã é o nosso dia de casamento; mas agora não quero a Nariz-Comprido, e tu és a única mulher no mundo que me pode libertar. Direi que quero ver para que serve a minha esposa e implorar-lhe que lave a camisa que tem as três manchas de cera. Ela dirá que sim, pois ela não sabe que foste tu quem as pôs lá; mas esse é um trabalho apenas para gente cristã, e não para um bando de Trolls, e assim direi que não quero outra noiva senão a mulher que conseguir lavá-las, e pedir-te-ei que o faças.

Assim, houve grande alegria e amor entre eles toda a noite. Mas no dia seguinte, quando o casamento ia ser, o Príncipe disse: "Antes de mais nada, gostaria de ver para que serve a minha noiva." "Sim!", disse a madrasta, de todo o coração.

— Bem — disse o Príncipe. — Tenho uma camisa fina que gostaria para a minha camisa de casamento, mas de alguma forma ela tem três manchas de cera, que preciso de lavar; e jurei nunca ter outra noiva senão a mulher que for capaz de fazer isso. Se ela não puder, não vale a pena tê-la.

Bem, isso não era grande coisa, disseram eles, então concordaram, e ela, com o nariz comprido, começou a lavar o mais rápido que pôde, mas quanto mais esfregava e escovava, maiores ficavam as manchas.

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