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Casa Sombria

por Charles Dickens

CapĂ­tulo 2

CAPÍTULO I

Na Chancelaria

Londres. O termo de Michaelmas acabara de findar, e o Lorde Chanceler estava sentado no Lincoln’s Inn Hall. Novembro implacĂĄvel. Tanta lama nas ruas como se as ĂĄguas tivessem acabado de recuar da face da terra, e nĂŁo seria de admirar encontrar um Megalossauro, com quarenta ou mais pĂ©s de comprimento, cambaleando como um lagarto elefantino pela Colina de Holborn.

Fumo descendo das chaminĂ©s, formando uma garoa preta suave, com flocos de fuligem tĂŁo grandes quanto flocos de neve maduros—como se tivesse entrado em luto, poder-se-ia imaginar, pela morte do sol. CĂŁes, indistinguĂ­veis na lama. Cavalos, pouco melhores; salpicados atĂ© Ă s suas palas dos olhos. Pedestres, empurrando os guarda-chuvas uns dos outros numa contagiante onda de mau humor, e perdendo o equilĂ­brio nas esquinas das ruas, onde dezenas de milhares de outros pedestres jĂĄ escorregaram e deslizaram desde que o dia raiou (se Ă© que este dia algum dia raiou), adicionando novos depĂłsitos Ă  camada sobre camada de lama, aderindo nesses pontos tenazmente ao pavimento, e acumulando-se a juros compostos.

Névoa por toda parte. Névoa rio acima, onde flui entre ilhotas verdes e prados; névoa rio abaixo, onde rola poluída entre as fileiras de navios e as poluiçÔes ribeirinhas de uma grande (e suja) cidade.

Névoa nos pùntanos de Essex, névoa nas alturas de Kent. Névoa rastejando para as cozinhas dos brigues carvoeiros; névoa cobrindo as vergas e pairando no velame de grandes navios; névoa pendendo sobre os bordos de barcaças e pequenos barcos. Névoa nos olhos e gargantas de antigos pensionistas de Greenwich, chiando junto às lareiras de suas enfermarias; névoa no cachimbo e no fornilho do cachimbo da tarde do irado capitão, em sua cabine apertada; névoa apertando cruelmente os dedos dos pés e das mãos de seu pequeno aprendiz tremendo no convés. Pessoas quaisquer nas pontes espiando sobre os parapeitos para um céu inferior de névoa, com névoa por toda parte, como se estivessem em um balão e pairando nas nuvens de névoa.

GĂĄs despontando atravĂ©s da nĂ©voa em diversos lugares nas ruas, muito como o sol pode, dos campos esponjosos, ser visto a despontar por lavradores e aradores. A maioria das lojas acesas duas horas antes do tempo habitual—como o gĂĄs parece saber, pois tem um aspecto abatido e relutante.

A tarde fria Ă© a mais fria, e a nĂ©voa densa Ă© a mais densa, e as ruas enlameadas sĂŁo as mais enlameadas perto daquela velha obstrução de cabeça de chumbo, ornamento apropriado para o limiar de uma velha corporação de cabeça de chumbo, Temple Bar. E bem perto de Temple Bar, no Lincoln’s Inn Hall, no coração da nĂ©voa, senta-se o Lorde Alto Chanceler em seu Alto Tribunal da Chancelaria.

Nunca pode haver névoa demasiado espessa, nunca pode haver lama e atoleiro demasiado profundos, para se equiparar à condição de tatear e de se debater em que este Alto Tribunal da Chancelaria, o mais pestilento dos pecadores envelhecidos, se encontra hoje à vista do céu e da terra.

Numa tarde como esta, se Ă© que alguma vez, o Lorde Alto Chanceler deveria estar sentado aqui—e aqui estĂĄ ele—com uma glĂłria enevoada em torno da sua cabeça, suavemente cercado por um tecido carmesim e cortinas, sendo abordado por um grande advogado com grandes costeletas, uma voz pequena e um processo interminĂĄvel, e dirigindo a sua contemplação para a lanterna no teto, onde nĂŁo consegue ver nada alĂ©m de nĂ©voa. Numa tarde como esta, cerca de vinte membros da Ordem dos Advogados do Alto Tribunal da Chancelaria deveriam estar—e aqui estĂŁo—nebulosamente empenhados numa das dez mil fases de uma causa interminĂĄvel, fazendo-se tropeçar uns aos outros em precedentes escorregadios, tateando com os joelhos imersos em tecnicalidades, batendo as suas cabeças protegidas por perucas de pelos de cabra e crinas de cavalo contra paredes de palavras e fingindo equidade com rostos sĂ©rios, como atores fariam. Numa tarde como esta, os vĂĄrios advogados da causa, alguns dois ou trĂȘs dos quais a herdaram de seus pais, que fizeram fortuna com ela, deveriam estar—e nĂŁo estĂŁo?—dispostos em fila, num longo poço forrado (mas poder-se-ia procurar em vĂŁo pela verdade no fundo dele) entre a mesa vermelha do escrivĂŁo e as togas de seda, com petiçÔes, reconvençÔes, contestaçÔes, rĂ©plicas, injunçÔes, declaraçÔes juramentadas, questĂ”es, referĂȘncias a mestres, relatĂłrios de mestres, montanhas de bobagens dispendiosas, empilhadas diante deles. Pode muito bem o tribunal estar escuro, com velas a gastar-se aqui e ali; pode muito bem a nĂ©voa pairar pesadamente nele, como se nunca fosse sair; podem muito bem os vitrais perder a sua cor e nĂŁo admitir luz do dia no local; podem muito bem os nĂŁo iniciados das ruas, que espreitam atravĂ©s dos vidros da porta, ser dissuadidos de entrar pelo seu aspecto soturno e pelo arrastar das palavras, ecoando languidamente atĂ© o teto do pĂșlpito almofadado onde o Lorde Alto Chanceler olha para a lanterna que nĂŁo tem luz e onde as perucas dos assistentes estĂŁo todas presas num banco de nĂ©voa! Este Ă© o Tribunal da Chancelaria, que tem as suas casas em decadĂȘncia e as suas terras arruinadas em cada condado, que tem o seu lunĂĄtico exausto em cada manicĂłmio e os seus mortos em cada cemitĂ©rio, que tem o seu litigante arruinado com os seus calcanhares esfarrapados e vestes gastas a pedir emprestado e a esmolar por toda a roda de conhecidos de cada homem, que dĂĄ ao poder monetĂĄrio os meios abundantes de exaurir o direito, que esgota tĂŁo completamente as finanças, a paciĂȘncia, a coragem, a esperança, que derruba tanto a mente e quebra o coração, que nĂŁo hĂĄ um homem honrado entre os seus praticantes que nĂŁo daria—que nĂŁo dĂĄ muitas vezes—o aviso: —Sofrei qualquer mal que vos possa ser feito em vez de vir para cĂĄ!

Quem estĂĄ presente no tribunal do Lorde Chanceler nesta tarde sombria, alĂ©m do Lorde Chanceler, os advogados da causa, dois ou trĂȘs advogados que nunca estĂŁo em causa alguma, e o jĂĄ mencionado grupo de procuradores? EstĂĄ o escrivĂŁo abaixo do juiz, de peruca e toga; e hĂĄ dois ou trĂȘs bedĂ©is, ou assistentes de menor importĂąncia, ou guardadores de fundos privados, ou o que quer que sejam, em trajes legais de tribunal. Todos eles estĂŁo bocejando, pois nenhuma migalha de diversĂŁo jamais cai de Jarndyce e Jarndyce (a causa em questĂŁo), que foi espremida atĂ© secar hĂĄ anos e anos. Os taquĂ­grafos, os repĂłrteres do tribunal e os repĂłrteres dos jornais invariavelmente fogem com o resto dos frequentadores quando Jarndyce e Jarndyce entra em pauta. Os seus lugares estĂŁo vazios. Em pĂ© num assento ao lado do salĂŁo, para espreitar melhor o santuĂĄrio cortinado, estĂĄ uma velhinha louca com um chapĂ©u apertado que estĂĄ sempre no tribunal, desde a sua abertura atĂ© o seu encerramento, e sempre Ă  espera que algum julgamento incompreensĂ­vel seja dado a seu favor. Alguns dizem que ela realmente Ă©, ou foi, parte num processo, mas ninguĂ©m sabe ao certo porque ninguĂ©m se importa. Ela carrega algumas pequenas coisas numa retĂ­cula que ela chama de seus documentos, consistindo principalmente de fĂłsforos de papel e lavanda seca. Um prisioneiro pĂĄlido apareceu, sob custĂłdia, pela sexta vez para fazer uma aplicação pessoal—para se purgar do seu desacato—, o que, sendo um Ășnico executor sobrevivente que caiu num estado de conglomeração sobre contas das quais nĂŁo se pretende que ele tenha tido algum conhecimento, nĂŁo Ă© de forma alguma provĂĄvel que ele alguma vez o faça. Entretanto, as suas perspetivas de vida estĂŁo arruinadas. Outro litigante arruinado, que aparece periodicamente de Shropshire e irrompe em esforços para se dirigir ao Chanceler no final dos trabalhos do dia e a quem de forma alguma se pode fazer entender que o Chanceler Ă© legalmente ignorante da sua existĂȘncia depois de a ter tornado desoladora por um quarto de sĂ©culo, instala-se num bom lugar e fica de olho no juiz, pronto para gritar —Meu Senhor!— com uma voz de queixa sonora no instante em que ele se levanta.

Alguns escriturårios de advogados e outros que conhecem este litigante de vista demoram-se na esperança de que ele proporcione alguma diversão e anime um pouco o tempo sombrio.

Jarndyce e Jarndyce arrasta-se. Este espantalho de processo tornou-se, com o tempo, tĂŁo complicado que nenhum homem vivo sabe o que significa. As partes envolvidas sĂŁo as que menos o entendem, mas tem-se observado que nenhum advogado da Chancelaria consegue falar sobre ele por cinco minutos sem chegar a um desacordo total quanto a todas as premissas. InĂșmeras crianças nasceram na causa; inĂșmeros jovens casaram-se nela; inĂșmeras pessoas idosas morreram dela. Dezenas de pessoas encontraram-se delirantemente como partes em Jarndyce e Jarndyce sem saber como ou porquĂȘ; famĂ­lias inteiras herdaram Ăłdios lendĂĄrios com o processo. O pequeno autor ou rĂ©u a quem foi prometido um novo cavalo de balanço quando Jarndyce e Jarndyce fosse resolvido cresceu, apoderou-se de um cavalo de verdade e partiu a trote para o outro mundo. Belas pupilas do tribunal transformaram-se em mĂŁes e avĂłs; uma longa procissĂŁo de Chanceleres entrou e saiu; a legiĂŁo de petiçÔes no processo transformou-se em meras certidĂ”es de Ăłbito; talvez nĂŁo restem trĂȘs Jarndyces na terra desde que o velho Tom Jarndyce, desesperado, atirou contra a prĂłpria cabeça num cafĂ© na Chancery Lane; mas Jarndyce e Jarndyce ainda arrasta o seu tĂ©dio perante o tribunal, perenemente sem esperança.

Jarndyce e Jarndyce tornou-se uma piada. Esse Ă© o Ășnico bem que alguma vez resultou disso. Tem sido a morte para muitos, mas Ă© uma piada na profissĂŁo. Cada mestre da Chancelaria teve uma referĂȘncia dele. Cada Chanceler esteve “nele”, por alguĂ©m ou outro, quando era advogado na Ordem. Coisas boas foram ditas sobre ele por velhos juĂ­zes de nariz azul e sapatos bulbosos em comitĂ©s selecionados de vinho do porto apĂłs o jantar no salĂŁo. Os advogados estagiĂĄrios habituaram-se a exercitar a sua perspicĂĄcia legal sobre ele. O Ășltimo Lorde Chanceler lidou com ele com elegĂąncia, quando, corrigindo o Sr. Blowers, o eminente advogado de toga de seda que disse que tal coisa poderia acontecer quando o cĂ©u chovesse batatas, ele observou: —Ou quando terminarmos Jarndyce e Jarndyce, Sr. Blowers—, uma piada que agradou particularmente aos bedĂ©is, sacolas e bolsas.

Quantas pessoas, fora do processo, Jarndyce e Jarndyce estendeu a sua mĂŁo insalubre para estragar e corromper seria uma questĂŁo muito vasta. Desde o mestre cujos arquivos empilhados e poeirentos de mandados em Jarndyce e Jarndyce se contorceram de forma sombria em muitas formas, atĂ© o escriturĂĄrio copista do EscritĂłrio dos Seis EscrivĂŁes que copiou suas dezenas de milhares de pĂĄginas em fĂłlio da Chancelaria sob essa eterna rubrica, a natureza de nenhum homem foi melhorada por ele. Em truques, evasĂŁo, procrastinação, espoliação, aborrecimento, sob falsos pretextos de todo tipo, existem influĂȘncias que nunca podem levar ao bem. Os prĂłprios moços dos advogados que mantiveram os infelizes litigantes Ă  distĂąncia, protestando desde tempos imemoriais que o Sr. Chizzle, Mizzle, ou outro estava particularmente ocupado e tinha compromissos atĂ© o jantar, podem ter adquirido um toque moral e uma astĂșcia extra em si mesmos devido a Jarndyce e Jarndyce. O recebedor na causa adquiriu uma quantia considerĂĄvel de dinheiro por meio dela, mas tambĂ©m adquiriu uma desconfiança da prĂłpria mĂŁe e um desprezo pelo seu prĂłprio tipo. Chizzle, Mizzle e outros caĂ­ram no hĂĄbito de prometerem vagamente a si mesmos que examinariam aquele pequeno assunto pendente e veriam o que poderia ser feito por Drizzle—que nĂŁo foi bem tratado—quando Jarndyce e Jarndyce fosse resolvido no escritĂłrio. A evasĂŁo e a exploração em todas as suas muitas variedades foram semeadas por toda parte pela causa malfadada; e mesmo aqueles que contemplaram a sua histĂłria do cĂ­rculo mais externo de tal maldade foram insensivelmente tentados a uma forma desleixada de deixar as coisas ruins seguirem o seu prĂłprio mau caminho, e a uma crença frouxa de que se o mundo desse errado, foi de alguma maneira casualmente nunca destinado a dar certo.

Assim, no meio da lama e no coração da névoa, senta-se o Lorde Alto Chanceler em seu Alto Tribunal da Chancelaria.

—Senhor Tangle—, diz o Lorde Alto Chanceler, ultimamente algo inquieto sob a eloquĂȘncia daquele erudito cavalheiro.

—M’Senhor—, diz o Sr. Tangle. O Sr. Tangle sabe mais sobre Jarndyce e Jarndyce do que qualquer um. Ele Ă© famoso por isso—supĂ”e-se que nunca leu mais nada desde que deixou a escola.

—Já concluiu a sua argumentação?

—M’Senhor, nĂŁo—variedade de pontos—sinto que Ă© meu dever submeter—à Vossa Senhoria—, Ă© a resposta que escorrega do Sr. Tangle.

—Vários membros da Ordem ainda precisam ser ouvidos, creio eu?— diz o Chanceler com um leve sorriso.

Dezoito dos eruditos amigos do Sr. Tangle, cada um armado com um pequeno resumo de mil e oitocentas folhas, levantam-se como dezoito martelos num pianoforte, fazem dezoito reverĂȘncias e caem nos seus dezoito lugares de obscuridade.

—Prosseguiremos com a audiĂȘncia na quarta-feira daqui a quinze dias—, diz o Chanceler. Pois a questĂŁo em litĂ­gio Ă© apenas uma questĂŁo de custas, um mero botĂŁo na ĂĄrvore florestal do processo principal, e realmente chegarĂĄ a um acordo um destes dias.

O Chanceler levanta-se; a Ordem levanta-se; o prisioneiro Ă© trazido apressadamente; o homem de Shropshire grita: —Meu Senhor! BedĂ©is, sacolas e bolsas proclamam indignadamente silĂȘncio e franzem a testa para o homem de Shropshire.

—Em referĂȘncia—, prossegue o Chanceler, ainda sobre Jarndyce e Jarndyce, —à jovem...

—Perdão, Vossa Senhoria—menino—, diz o Sr. Tangle prematuramente.

—Em referĂȘncia—, prossegue o Chanceler com clareza extra, —à jovem e ao menino, os dois jovens— (o Sr. Tangle esmagado). —A quem ordenei que estivessem presentes hoje e que agora estĂŁo na minha sala privada, irei vĂȘ-los e certificar-me da conveniĂȘncia de emitir a ordem para que residam com o tio deles.

O Sr. Tangle de pé novamente.

—Perdão, Vossa Senhoria—morto.—

—Com o seu—, o Chanceler olhando pelos seus Ăłculos duplos para os papĂ©is na sua mesa, —avĂŽ.—

—PerdĂŁo, Vossa Senhoria—vĂ­tima de ação impetuosa—cĂ©rebros.—

De repente, um advogado muito pequeno com uma voz grave terrĂ­vel levanta-se, totalmente inflado, nos recantos da nĂ©voa, e diz: —Vossa Senhoria me permite? Eu represento-o. Ele Ă© um primo, afastado vĂĄrias vezes. NĂŁo estou neste momento preparado para informar o tribunal em que grau exato de parentesco ele Ă© primo, mas ele É um primo.—

Deixando este discurso (proferido como uma mensagem sepulcral) a ecoar nas vigas do telhado, o pequeno advogado desaparece, e a névoa não o conhece mais. Todos o procuram. Ninguém o consegue ver.

—Falarei com ambos os jovens—, diz o Chanceler novamente, —e me certificarei sobre o assunto de eles residirem com o primo deles. Mencionarei o assunto amanhã de manhã quando tomar o meu lugar.—

O Chanceler estĂĄ prestes a fazer uma reverĂȘncia Ă  Ordem quando o prisioneiro Ă© apresentado. Nada pode resultar da conglomeração do prisioneiro senĂŁo o seu envio de volta para a prisĂŁo, o que Ă© feito rapidamente. O homem de Shropshire arrisca outro —Meu Senhor!— de reprovação, mas o Chanceler, ciente dele, desapareceu habilmente. Todos os outros tambĂ©m desaparecem rapidamente. Uma bateria de pastas azuis Ă© carregada com pesadas pilhas de papĂ©is e levada por escriturĂĄrios; a velhinha louca afasta-se com os seus documentos; o tribunal vazio Ă© trancado.

Se toda a injustiça que cometeu e toda a misĂ©ria que causou pudessem ser trancadas com ele, e tudo fosse queimado numa grande pira funerĂĄria—pois muito melhor para outras partes do que para as partes em Jarndyce e Jarndyce!

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